terça-feira, 30 de setembro de 2014

Tó Tuga, o Grande

Tó Tuga acorda no meio de uma soneca no sofá e afirma:
-Maria! Tive um sonho lindo!
-Sonhaste que ganhavas o Euromilhões?
-Não.
-Sonhaste com a Brigitte Bardot?
-Eu disse que sonhei hoje e não há 50 anos!
-Ai, então?
-Sonhei com o Gandhi!
-A sério? O que ele fez e o que ele te disse?
-Ele estava numa herdade no Alentejo e eu estava à caça aos coelhos. De repente, toca-me no ombro e diz:
-“A grandeza de uma nação pode ser julgada como os animais são tratados”.
-Ai homem! O que respondeste?
-Que ficava para um futuro próximo!
-Então porquê?

-Ora, porque os prazos dos judiciais foram adiados.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Tó Tuga, profissional do desemprego

Tó Tuga estava sentado no banco do jardim vestido de fato e gravata quando passa seu primo Zé Torresmos que fica muito intrigado pelo traje, aquela hora, a meio da tarde, durante a semana:
-Ei lá! Vieste de um casamento? Agora está na moda serem a durante a semana. Dizem que fica mais barato.
-Nope!
-Oh! Não me digas que morreu alguém e não me avisaram!
-Também não!
-Então? Foste a uma entrevista de emprego?
-“Nicles!”.
-Ai, então? Resolveste arejar o fato, foi? Oh, pá! Dizias à tua Maria para estender cá fora no varal e não precisavas de vestir. Ainda por cima, hoje está cá uma humidade que se uma “garina” me agarrasse eu escorregava que nem uma enguia.
-Também não! Arranjei um emprego!
-Ein? Então eu vi-te à hora de almoço de chinelos e calções na Tasca do Chinfrim a beber café.
-Estava a na pausa do almoço, agora estou ao serviço!
-Estás a gozar comigo? Estás ao serviço como? Estás com essa “bunda” sentada no banco do jardim!

-Primo, agora eu sou Profissional do Desemprego!

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Tó Tuga, emprego a botões.

Tó Tuga encontrou seu amigo Miguel Roscas que vinha da oficina, depois de um dia de muito trabalho.
-Oh Tó! Ando aqui intrigado e ontem quase te liguei à noite mas não tive tempo.
-Então?
-Ontem passou por lá o Chefe que disse que tu tinhas enviado o CV, pelos correios, novamente para lá mas no fundo da carta havia um botão com um autocolante a dizer “emp. sff”. Ele não percebeu e veio ter comigo, como sabe que te conheço para ver se eu sabia.
-É uma chatice! Não achei botões grandes lá em casa!
-Ãh? Mas tu querias botões maiores para quê?
-Olha para acabar a palavra, não é?
-Oh homem! Tu baralhas-me! Que querias tu dizer?

-Era “Empregue-me, sff!” como o “facebocas” e o “tuitas”. Eles vão por o botão “comprar” e eu pensei: Olha que fixe! Vou mandar um também para ver se alguém me emprega!

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Tó Tuga, porco esganiçado

Tó Tuga estava na fila das finanças lá do bairro com um porco mealheiro de louça debaixo do braço quando passa o seu primo Zé Torresmos que se aproxima e fala baixinho:
-Oh primo! Isso está difícil? Não me tinhas dito nada!
-Ein, então não está? Já viste quanto eu vou pagar de imposto único de circulação! – Exclama chateado mostrando o papel.
-Ui! O problema é mais grave que isso não é? Sabes que podes contar sempre comigo! Eu não tenho muito dinheiro mas podes sempre ir lá a casa comer uma sopinha.
-O quê? Estás a oferecer-me sopa porquê?
-Ora, tu já precisas de pagar o IUC com o porquinho mealheiro! – Diz com um tom baixo para ninguém da fila ouvir.
-Oh! Não é nada disso!
-Então?
-Não é para mim! É para os meus filhos!
-Explica lá isso!

-Eu trouxe o porco para ver se eles comem as crias das cobras que sugam o dinheiro nos impostos. Ao menos as gerações futuras já não são afetadas.